segunda-feira, 29 de março de 2010

Histeria

A Perturbação Mental como Doença III

No fim do século XIX, era claro que a teoria que dava a toda a perturbação mental uma causa orgânica, não era extensível a todas as perturbações mentais; haveria perturbações que tinham causa psicológica. Esta noção surgiu aquando dos estudos mais aprofundados sobre a histeria. Não se pode deixar de fazer uma referência a Freud, que aproveitou os estudos nesta área para desenvolver a Psicanálise.
As pessoas com histeria apresentavam queixas que eram orgânicas: descreviam membros paralisados. Contudo, foi verificado que os tais membros paralisados se moviam perfeitamente quando os pacientes estavam em estado de hipnose; os músculos, bem como os nervos, não se encontravam danificados. Tal sugeria que a histeria fosse uma perturbação psicológica, cuja causa seria um acidente traumático. Por exemplo, um paciente que foi atropelado por um camião, poderia apresentar paralisia histérica.

A Psicopatologia como Doença II


Pinel e outros reformadores foram os primeiros a classificar a "loucura" como uma doença; como tal, os internados deviam ser vistos como doentes que precisavam de tratamento. Posteriormente a esta nova concepção de "loucura", surgiu uma teoria para explicar este mal, chamada Hipótese Somatogénica, que estabelecia que as perturbações mentais teriam uma causa orgânica. Um argumento defensor desta tese apontava para os efeitos dos acidentes cardiovasculares no discurso falado.

No final do século XIX, foi desoberta a causa física de uma psicose relativamente frequente, a Paralisia geral. Esta caracteriza-se por uma acentuada lentidão e aberrações de personalidade, como pensar "Eu estou morto".
Nos endereços seguintes encontram-se alguns textos acerca da paralisia geral


sábado, 27 de março de 2010

A Psicopatologia como Doença

As teorias acerca da "Possessão Demoníaca" perdeu um número significativo de adeptos em alturas da Idade Média. No entanto, isso não significa que os doentes fossem tratados de forma mais digna, ou algo que se parecesse; pelo contrário, eram tratados como análogos à Humanidade. Como tal, foram criados hospitais psiquiátricos em todo o continente europeu. Nestes locais, as pessoas consideradas "indesejáveis" para a sociedade, quer fossem criminosos, vadios, epilépticos, idosos, doentes incuráveis ou mentalmente perturbados" eram isoladas do resto do mundo.
Como exemplo dos maus tratos que sofriam, temos o parágrafo seguinte (Psicologia, Henry Gleitman)

As mulheres loucas, com ataques de violência, são acorrentadas como cães à porta das celas e isoladas do pessoal e visitantes, por um longo corredor protegido com uma grade de ferro; por esta grade, passa a comida e a palha em que dormem; parte da imundície que as rodeia é limpa por meio de forquilhas.
(Foucault)
Em 1793, o médico francês Philippe Pinel quis remover as correntes dos doentes mentais, ao que a reacção por parte de um funcionário foi a seguinte: Cidadão, estareis vós mesmo louco, ao ponto de querer remover as correntes a estes animais?

A Psicopatologia como Possessão Demoníaca


Uma das teorias mais antigas acerca desta temática postulava que as pessoas cujos comportamentos observáveis eram considerados, no mínimo, bizarros, estariam possuídas por espíritos malignos. Por conseguinte, a cura para a doença consistia em expulsar os demónios do corpo, proporcionando aos espíritos um caminho de fuga (abria-se frequentemente buracos em partes do corpo, especialmente no crânio).

Outros "tratamentos" consistiam em "acalmar" os demónios com música ou afugentá-los através de orações ou exorcismos, induzindo o vómito, etc. O paciente podia ainda ser submetido a banhos de água a ferver ou, por outro lado, gelada, a falta de comida, a torturas, tudo isto para que o demónio se sentisse desconfortável e optasse por abandonar o corpo da pessoa.

Os pacientes que eram considerados uma "ameaça demoníaca à sociedade" eram, muitas vezes, torturados até à morte.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Diferentes concepções de loucura

O Papiro de Eber (escrito em 1900 a.C.) refere-se a doenças mentais em que hoje se reconhece, por exemplo, a depressão (Andreasen e Black, 1996).
"Psicologia", Gleitmann, Henri, 8ª edição: "O herói Grego, Ajax, esquartejou um rebanho de carneiros que erradamente tomou pelos seus inimigos; o rei Saúl da Judeia alternava episódios de frenesi asassino com outros de depressão suicida; e o rei Nabuscodonsor da Babilónia andava em quatro patas pensando ser um lobo."
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É frequente confundir o termo Psicopatologia com loucura e insanidade. No entanto, todos estes são distintos. Psicopatologia é definida num post anterior, o qual podem ler clicando aqui. "Loucura" é uma expressão arcaica que não designa qualquer tipo de perturbação mental. "Insanidade" corresponde a uma expressão legal, que se utiliza para designar uma decisão de um tribunal que atesta que uma pessoa não pode ser responsabilizada pelos seus actos. (Ex.: Não culpado por razões de insanidade."

O que é a Psicopatologia?


Segundo alguns autores, o conceito de Psicopatologia abrange "comportamentos normais que se afastam da norma em termos de frequência ou intensidade.". Ou seja, pode considerar-se que estamos perante um caso de Psicopatologia, aquando de um desvio estatístico. Por exemplo, pode acontecer a qualquer pessoa ver uma colónia de lesmas a trepar pela parede do seu quarto e, no momento seguinte, já não estar lá. Pode ser considerado normal que isto aconteça uma vez por ano, mas se acontecer três vezes por dia pode ser sinal de alguma coisa.

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A Psicopatologia constitui uma verdadeira doença, tal como a gripe. No entanto, ainda está por desvendar a causa concreta destas doenças - psicológica ou claramente mental. Qualquer que seja a sua origem, é facto que têm consequências nefastas no organismo, sendo bastante debilitadoras.


domingo, 21 de março de 2010

Do I have Schizophrenia? (Terei esquizofrenia?)

Aqui está um filme que explica de forma sucinta o que é a esquizofrenia. Está em inglês.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Coulrofobia

Fica aqui um vídeo, como prova real, de como a fobia (neste caso a Coulrofobia - fobia de palhaços) afecta as pessoas de uma forma extrema.

Palestra - Extingue o Estigma!




Como há muito planeado, no dia 15 de Março realizou-se a tão esperada palestra sobre o estigma associado à Psiquiatria e à doença mental.
No papel de organizadoras, recebemos os nossos convidados no portão da Avenida Rodrigues Manito às 11h45. Estiveram presentes o Dr. Rui Ribeiro (psiquiatra), a Drª Ana Isabel (Psicóloga da ADEB) e uma doente bipolar.

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A sessão teve início por volta das 12h00, e nela participaram alunos e professores, nomeadamente os alunos das turmas E, C, B e I do 12º ano.
Primeiramente, o Dr. Rui Ribeiro e a Drª Ana procederam à desconstrução do conceito de "Psiquiatria" e "estigma associado à psiquiatria", e também esclareceram dúvidas colocadas pelos alunos.
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O ponto alto da palestra foi o testemunho dado pela nossa convidada que sofre de Transtorno Bipolar. Na nossa opinião, foi um momento bastante emotivo e cativante, que, sem dúvida, comoveu os espectadores. A humanidade e coragem da paciente prenderam a atenção de todos no auditório, ajudando-nos a atingir o nosso objectivo de sensibilizar a comunidade escolar para este problema, sendo que o público-alvo aderiu activamente.
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Deixamos um agradecimento a todos os que participaram na palestra, principalmente à Drª Sandra Almeida, ao Dr. António Gamito (Hospital S. Bernardo), ao Concelho Executivo da escola, e à professora Ana Costa, que possibilitaram a realização desta actividade. Queremos agradecer, muito em especial, à nossa doente convidada (a quem devemos e admiramos muito), ao Dr. Rui Ribeiro e à Drª Ana Isabel, os oradores, que foram uma peça fundamental no nosso puzzle. Obrigada a todos.
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Catarina, Carolina e Mariana




quinta-feira, 11 de março de 2010

I WANT YOU TO STOP ESTIGMA




A palestra vai ser realizada na próxima segunda-feira, dia 15 de Março de 2010, esperamos que todos compareçam, pois a vossa presença é determinante para a dinâmica da actividade. Esta contará com a participação de um psiquiatra e de um paciente reabilitado, que darão o seu testemunho, ajudando-nos a atingir o nosso objectivo de promover uma acção anti-estigmatizante.

Relatório das actividades realizadas

As últimas aulas têm sido utilizadas para conceber os cartazes, imprimi-los e afixá-los pela escola de maneira a promover a nossa palestra. Também assistimos à visualização de um documentário no âmbito do trabalho do grupo "2012, Ciência ou Superstição", que ocorreu no Anfiteatro de Geografia na passada quinta-feira.